quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Essas coisas pelas quais eu passo e não precisava. Coisas que eu não merecia. Eu estou tentando não me deixar abater, mas a cada dia fica mais difícil. É um desespero, uma angústia, uma coisa assim sem tamanho, que vai tomando meu corpo e quando vejo estou no fundo do poço. Meu poço. Sozinha. Por mais esforço que façam pra me levantar, eu simplesmente não consigo. Daí começo a ir no piloto automático, friamente, levando a vida adiante como quem nada quer. Mas eu quero. Eu quero muito, tudo. Eu quero muito, e na minha vida particular tá tudo lindo.

Mas tem sempre essa onda, vinda de algum lugar, pra me derrubar e me fazer esquecer de tudo que é bom. Eu não quero esquecer, mas tá cada vez mais difícil.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Construções

Em meio a todo caos, o amor continua. É construção, enorme, sem fim, é muralha da China de coraçõezinhos.

Esse poder de construir me fascina. Que continue assim então.

Demolições

Cada um sabe do que faz, eu sei do que faço. E sei como sou, o que penso, o que quero, em que acredito. Depois de desmoronamentos e desabamentos, começa a demolição. Vou implodir o que ficou, deixar pra trás. Se quis assim, melhor. Estando bem consigo deixar bem quem está ao redor. Eu funciono melhor na base da alegria.

"Bye bye tristeza, não precisa voltar"

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Desabamentos

Estou eu aqui chorando, aproveitando que minha mãe saiu. Meu quarto está uma zona, eu devia ter ido ao banco, eu devia ter feito uma porção de coisas. Eu deveria lavar a louça, e eu não consigo achar forças. Não choro na frente dela porque não quero demonstrar o quanto estou destruída com isso tudo.

Tô ouvindo Island in the sun, e lembrando de um tempo em que as coisas eram boas. Essa música me lembra um dia em especial, em que fizemos um piquenique na quinta. Eu, meus irmãos, meus amigos. Tudo foi tão bom, tão perfeito nesse dia. Eu me lembro do céu azul, do sol se pondo, do biscoito maizena com leite condensado. Eu me lembro de sentir por dentro uma felicidade incrível, especialmente por eles dois estarem comigo ali, coisa que nunca tinha acontecido antes.

Não fico mal por meu irmão ter saído de casa, em algum momento todos nós vamos sair. É a ordem natural das coisas, crescer, ter sua casa, correr atrás. Mas precisava ser assim? Precisava ser dessa maneira abrupta e sem sentido? Parece que todo mundo aqui perdeu a cabeça, e eu tô cansada de ter que ser sensata e tentar manter tudo numa boa.

Hoje eu só queria dormir, dormir, dormir, e acordar quando tudo estivesse bem de novo =/

Desmoronamentos

Como pode que quando tudo parece dar certo, pedaços comecem a desmoronar? Vai um pedacinho, outro, e quando a gente vê, o teto inteiro caiu em nossas cabeças. As vezes eu não vejo solução. As vezes eu sinto medo, eu sinto um pavor enorme tomando conta de mim, como se não fosse possível que tudo ficasse bem. Estabilidade, era tudo que eu queria. A família feliz num almoço de domingo, o namoro dando certo, a vida profissional caminhando. Mas parece que toda vez que todas as áreas estão se encaminhando, uma delas tem que andar pra trás, tem que cair.

Daí eu tenho o namoro no lugar, eu passei pra federal e eu não me contenho de felicidade. Minha vida pessoal está a mil maravilhas, com os amigos próximos e situações divertidas acontecendo. Daí a família cai. A família cai e a tristeza que me toma é tão enorme que não importa mais que o resto todo esteja dando certo, porque isso simplesmente não está. Vejo minha mãe cada vez mais triste, as contas chegando, o irmão indo embora de casa, o ex padrasto filho da puta sacaneando e nada parece ter mais jeito. Nada parece funcionar. Num dia está tudo ótimo, e nesse mesmo dia tudo se desfaz.

Eu parei de escrever e fui atender o telefone. Nada de novo.
Nada de novo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Queria escrever, mas eu simplesmente não sei o que dizer.

Fica assim, pacato. Tudo tranquilo. Menos meu coração, que nunca é calmaria. Aquieta coração, que o tempo passa e a vida volta pro lugar. Aquieta que é assim mesmo que funciona. Acalma que foi necessário, foi melhor assim. Se convença disso. É tudo que resta.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Coisas que lembro

Sem saber bem porque...

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Havia um livro na biblioteca de um colégio que estudei. Haviam vários, sei, mas havia este. Não consigo nunca me recordar quem era o autor, mas a poesia que eu mais gostava arranquei a página sem dó e levei pra casa. Se perdeu com os anos, mas ainda me lembro de um trecho que dizia assim:

Parti sem me despedir
Era impossível, mas digo
Estou agora a sentir
A falta que faz um amigo

Estou sozinho, tão sozinho
Nestas paragens distantes
Falta-me o vosso carinho
Amigos são diamantes

Sorte que aqui encontrei
Outros amigos leais
Peço que não me esqueceis
[não tenho certeza desse último verso, mas sei que seguia um outro pedindo pra também não ser esquecido]


Não sei porque gravei isso tão fortemente na cabeça a ponto de agora, 9 anos depois, lembrar. Só sei que achava bonita essa coisa de ir embora, deixar amigos queridos e fazer novos amigos em outro lugar. Na minha cabeça pré-adolescente mudar de escola era mais ou menos isso aí: A gente chega, se sente sozinho, fica querendo voltar pra escola e pros amigos antigos, mas logo tem novos amigos e tudo fica bem. Mas ser esquecido pelos anteriores? Jamais.

=)