domingo, 6 de julho de 2008

Eu quero minha fazenda. Pode ser um sítio. Com árvores, música, pessoas, quartos, mesa posta no gramado, piqueniques noturnos, lanternas coloridas de papel, conversas intermináveis, flores, frutas, coisinhas, quadros, tintas, paredes, sonhos, madeira, pedra, mãos, pés, bocas, sorrisos, gargalhadas.



Eu quero. Muito.
Minha vontade sincera nos finais de semana era sair na sexta a noite, chegar sábado de manhã, dormir o sábado inteiro no conforto do meu quarto, sair a noite, chegar domingo de manhã, dormir o domingo todo no conforto do meu quarto até segunda feira, quando então eu acordaria e iria trabalhar/estudar. Mas se eu quizesse sair em plena terça feira, sairia, porque seria então problema meu.

Mas ai eu paro e vejo que, além de estar desempregada, não tenho autonomia nenhuma, não tenho direito de escolha, nem quarto nos finais de semana.

Eu não reclamo por egoismo, quero mais que se foda, eu durmo bem na sala. Mas eu cansei de ser acordada, cansei de não ter dinheiro, cansei de depender, cansei de controle. Me dá tanta raiva que chego a chorar. Eu cansei. Tem horas que meu corpo e minha mente desistem. Eu fico inerte, fico tonta, lerda, eu simplesmente e realmente não aguento.

Eu quero ter vida. Só isso.

Vai pro Caralho.

Hoje acordei com sono. Acordei pensando "vida, vai pro caralho"




Ai eu parei e pensei: a vida na verdade sai dele.