sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ódio, ódio...

Eu odeio a opinião alheia. Odeio. Quero mais que todo mundo exploda com suas opiniõezinhas idiotas, medíocres e pré formuladas. São poucas as pessoas que tem opiniões tolerantes, e eu me pergunto: Onde é que as pessoas deixaram o cérebro, e porque colocaram essa massa de opinião pré-existente no lugar?

É terrível estar numa sala de aula, achando que finalmente vai ter uma discussão sadia e boa sobre algum assunto, e ter que aturar um merda de um velho paulista idiota e filho da puta vir falar com você como se tivesse um mundo de experiência.

Dá vontade de falar pra'quele animal recolher o sapato caro e sumir. Você olha e notoriamente sabe que ele nunca desceu dos seus sapatinhos de marca, e deve ser mais um babaquinha paulista que se sente melhor que os outros. Eu não deveria me abalar com gente tão baixa e inútil, mas me irrita ver que gente tão banal, comum e sem opinião ainda consegue vagar pela face da terra!

Ai vem a menininha feliz, com suas "opiniões-de-professor", ainda deslumbrada com a faculdade, digerindo o primeiro período como se fosse mágica. Pobre garota, mal sabe ela que 90% do que ensinaram sobre história na escola era mentira, e que Getúlio não fez as leis trabalhistas porque era bonzinho.

E é foda, em plena quarta feira a noite, eu, do alto da minha paciência, aturar uma aula idiota, de uma matéria idiota, com gente idiota e uma professora que parece uma múmia!

Façam-me o favor: Semestre que vem me lembrem de ser mais revolucionária, e discutir até o último segundo. Mesmo que com gente que não vale a pena.
----------
p.s.: Não, eu não me acho uma gênia. Mas acho que se eu posso pegar um livro e me informar antes de abrir a boca, qualquer um pode. MORTE AOS FUTUROS ADVOGADOS DE MERDA FORMADOS PELA ESTÁCIO!

p.s.2: Ai o babaca vira e fala "a pergunta deve ser 'porque eu posso estudar na estácio?' 'porque estou ligando pras pessoas que estão na faculdade pública?' 'porque estudar na estácio não dá status?'"

ai eu respondo: "Porque um analfabeto passou no vestibular aqui. Deve ser isso né?"

Ela

Ela me mata. Me faz acordar com falta de ar, tira meu sono, me enlouquece.

Ela fecha minha garganta, me sufoca, me enrubesce.

Ela me acompanha aonde eu for, martelando na minha cabeça, na minha face, no meu corpo.

Ela me odeia, mas não me deixa. Insiste comigo num jogo de ódio e raiva, me deixa tonta, me faz passar mal.

Ela quer mais que eu exploda.
Alergia, saia já de mim!

Parto literário.

E se eu demorar e responder que escrevi mais um, paciência.


Estou parindo, não atrapalhe.

Medo.

Me sinto elétrica na madrugada. Roendo as unhas até sangrarem, olhando as formigas levando as migalhas embora da escrivaninha. Eu sou feliz assim. Os olhos vidrados na tela, o cabelo intocavelmente penteado, os dedos sangrando e a bunda dormente. Eu sou feliz assim até acordar com sono no dia seguinte, e levar adiante essa rotina maluca de internauta viciada.

Vício. Tem gente viciada em tudo nesse mundo. Eu sou viciada em internet e medo. Viciada em Ets e eu vou acender a luz porque bateu um medo de abdução agora.


fui.

Voltei. Tenho medo de escuro também. Estou me tornando angustiante com o passar do tempo. Angustiante e angustiada. Pânico, acho que é esse o nome. Eu sinto medo de tudo, menos de estar na rua. Se eu estivesse na rua agora com dois ou três amigos, mesmo no meio do tiroteio eu não estaria com medo. Mas o silêncio me traz medo. O silêncio, o escuro, as unhas roídas e o cabelo penteado. Me trazem a impressão de estar presa. Como se a realidade não fosse aqui, e isso assusta.

Acho que estou viajando porque está tarde.
Essa hora do blogger está louca. são exatamente 2 horas da manhã.

Circo.

Odeio muito quando tudo fica leve e frouxo. Gosto da vida em festa, em euforia, em êxtase. Gosto dos exageros em tudo, das risadas, escândalos, beijos roubados, poesia, arte, comida, dança, tudo em demasia.

Acho que faço da minha vida um circo. Com picadeiro, com leão, com bailarina. A vida é a festa colorida, mas a platéia é a inveja alheia espionando. E eu me preocupo com a platéia, e quero mais que eles se divirtam no meu circo.


Deve ser por isso que no final sou sempre a palhaça.

que infâme.

Adoro aquele trocadilho idiota, que brinca assim:

Ela era uma puta escritora.
Puta, escritora?
ou puta escritora?
ela era uma puta?
uma escritora?
uma escritora puta?
uma puta escritora?
puta merda
que enrolação!
ela era uma exímia escritora.
pronto, falei.
Mas ela não era uma puta?
sim, uma puta escritora.
Mas assim, daquelas que dão pra todo mundo porque querem?
ou só pagando?
Ok. eu desisto.

Intermitente.

Intermitente é uma das minhas palavras favoritas.

Me lembra interminável, incessante, louco. Me lembra neurose e impaciência.

Me lembra ódio também.

In-ter-mi-ten-te
in-ter
mi
tente

em ter-me.
me tente.
in-ter-mi-ten-te
tente
intermi-nável
pra sempre
e sempre
ter
me tente

Te[n]são

Estava ela sentada quando ele entrou no mesmo ônibus. Todos os bancos vazios, mas ele sentou no que ficava exatamente à sua frente. os fones pendurados no pescoço, uns óculos quadrados e um rosto engraçado. Sentou-se, encostou-se, mexeu-se, virou-se, parou. Ela atrás, a perna apertada, os joelhos encostavam nas costas e quanto mais se mexia, mais parecia bater.

Meia hora, quarenta minutos. Que vontade louca de dar uma joelhada, de pedir desculpas, de perguntar o que ouvia. Dez minutos. Que vontade de dar um tabefe na cabeça e mandar ficar quieto, pois já machucava os joelhos. Um minuto. O joelho batia e mexia como quem massageava, e visto que aquele não se mexia, parecia gostar.

Segundos, longos e tenebrosos de tensão e de prazer. Prazer idiota e banal, prazer não compartilhado e...prazeroso? Centésimos. De joelhos, costas, porradas, batidas, mexidas, impaciência. O prazer em irritar o indivíduo da frente. Que prazer mais mórbido.

Lá pelas tantas, fossem minutos ou horas, levantou-se. Ele. Ela se ajeitou e ficou olhando fixamente, esperando ele olhar pra trás. Olhou. Ela fez a cara mais safada do mundo, e olhou pra janela, mastigou o chiclete e riu. Ele também. Saiu do ônibus pra nunca mais.

Esses segundos compartilhados de insanidade nos meios de transporte público me deixam maluca. No sentido literal da coisa.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Eu olho os livros, eles me olham. Preciso estudar. Preciso mesmo, não quero viver mais assim, desperdiçando potencial.

É assim que me sinto em 90% do tempo: me desperdiçando. Eu desenho bem, escrevo bem, falo bem. E no entanto, não desenvolvo ao máximo nenhuma das capacidades. Fico sendo apenas boa nelas todas, sem ser ótima em nenhuma.

Acho que sou a preguiça em forma de gente. Queria fazer teatro, pintura, falar Francês e dançar de par. Queria tanta coisa, e fico vivendo a mesma vida, sem grandes diferenças.

Não, essa não é a hora em que eu falo "mas hoje vai ser diferente..", dou tchau e termino não começando nada. Essa hora não vai chegar. Mas a propósito, vou lá fazer um trabalho, só pra não perder o costume.



Acho que é essa falta de rotina que me mata.

domingo, 25 de maio de 2008

Sem finais.

Imagina, ela não ir a Montauk naquele dia. Ela não foi ganhar as ruas porque pegou uma gripe e nunca será Uma linda mulher. Ele tomou a pílula vermelha, e em qualquer outro tempo, em outro canto do País, ela não trocou de casa com outra, e nunca irá pro Reino Unido.

Pense só se eles nunca fossem procurar o corpo do menino que morreu. Se ele não voltasse pra vingar a morte da namorada, acompanhado de um pássaro. Se ela não tivesse medo de avião, ou nunca entrasse na internet. Se ele não gostasse de menininhas e se ela não entrasse naquele navio.

É. Realmente é uma viagem pensar nisso.