quinta-feira, 28 de julho de 2011

Acabo de perceber que, diferente do que eu pensava até então, não existem duas Dandaras cohabitando o mesmo corpo: É uma Dandara só, que assim como todo ser humano, tem facetas diferentes.

Eu gosto do que é fofo e agradável, e gosto também do que é violento e pervertido. Eu gosto dos meus dois lados. Acho perfeitamente que eles podem conviver em paz a partir de agora.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Calmaria.

Eis que parece que tudo se ajeita, no mundo e na minha cabeça. Se eu tinha dúvidas, elas desapareceram completamente, e tudo que eu quero agora é ficar na minha, quietinha, levando as coisas pacatas que faço e sendo eu, sem pressão nenhuma de coisa alguma.

Quando a gente fala tudo fica mais claro. Falar o que sente, o que pensa, o que quer. Falar do que gosta, do que espera, do que pretende. Falar é bom, mesmo que esse falar seja na verdade escrever. Quando a gente coloca pra fora, deixa os outros entrarem um pouquinho mais no nosso mundo, se sente um pouquinho mais no deles, e tudo fica mais bonito.

Porque a vida é assim, e sempre pode ser um pouquinho mais linda <3

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Estava eu hoje saindo de casa, quando meu celular apitou e tinha escrito na tela "ultimato". Não lembro porque coloquei essa nota, não lembro quando, e não lembro ultimato do que. Muito, muito bizarro.
Vontade insana de tomar um porre. Daqueles que a gente bate com a cabeça na parede e nem sente, sabe? Daqueles que a gente ri de qualquer coisa e esquece da vida. As vezes é bom...Faz tempo que não faço isso.

Acho que depois dos problemas que tive por causa da bebida, fiquei meio medrosa. Tenho medo de beber e fazer besteira, de beber e colocar tudo a perder. Fiquei cagona com esse tipo de coisa, sério.

Mas eu hoje super, suuper tomaria um porre.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Acabei de chorar...

...Pelo meu primeiro namorado.

E acho que isso não deve ser normal. O tempo passa e as pessoas esquecem. Não foi um choro do tipo "ainda gosto dele, que merda". Foi mais do tipo "Caralho, tem dois anos que isso tudo acabou e parece que foi ontem". Me sinto estranha por ainda lembrar de cada detalhe, de cada dia. Passei dois anos com meu ex namorado (o segundo), e eu sinceramente não lembro de nada. Parece que meu ano passado só existiu nos últimos meses, depois que terminei com ele.

Como pode que certas pessoas marquem tanto a nossa vida, e outras sejam tão insignificantes? Não, não estou chamando meu ex namorado de insignificante. Mas foi na minha vida. E me fez mal. E me deixou no chão. E super aliviada quando acabou. E eu quero que ele viva muito bem e seja muito feliz, e não digo da boca pra fora ou pra me sentir nobre e boa. Eu realmente espero, porque ele não é uma pessoa ruim. Só não foi uma pessoa boa pra mim.

Mas meu primeiro namorado, esse não. Foi o primeiro tudo. Primeiro amor, primeiro homem, primeira pessoa a me aturar com todas as minhas manias e esquisitices. Primeiro cara a dizer com sinceridade que me amava. Primeira pessoa, então, a me amar. Único cara para o qual eu disse eu te amo sem me sentir obrigada a isso. Ele foi o primeiro afinal, e a gente não esquece mesmo essas coisas. E eu não esqueço das músicas, dos beijos, dos passeios, das idéias malucas, dos sonhos que a gente construiu. Porque eu sou realmente ruim em construir sonhos com outras pessoas. Mas não com ele.

Acontece que a vida fez o favor de acabar com tudo. Não fui eu, não foi ele. Foram os problemas e o tempo. Acho que foi tão significativo porque nenhum desses problemas era interno. Eram sempre as coisas de fora fazendo mal e contaminando. E ele foi o primeiro cara a acreditar sinceramente no meu potencial. E eu acho que era uma espécie assim de adoração, mútua. Eu admirava as coisas que ele fazia, o modo que lutava pra levar a vida e os pensamentos da maneira que queria. E eu peguei um pouco disso pra mim, essa coisa de ser otimista e acreditar em sonhos. Porque é como diz a música, sonhos não envelhecem.

E eu chorei. Não por gostar, como eu disse. Porque gosto, de um jeito que nunca vai morrer, porque eu gosto da lembrança. Foram, entre idas e vindas, três anos da minha vida. Que eu nunca vou conseguir deixar completamente pra trás. Que eu sempre vou comparar. Que eu não sei se vou conseguir algum dia sentir com a mesma intensidade alguma coisa assim, por qualquer pessoa. Não por qualquer outra coisa ser menos, mas porque, como eu disse, foi o primeiro.

E hoje em dia ele é uma espécie de desconhecido. E ele ria de mim e me chamava de maluca quando eu dizia "um dia a gente não vai se conhecer mais". E eu disse pra ele, da última vez que saímos "Viu, a gente não se conhece mais. E ele respondeu "como não, se estamos andando juntos aqui". "É, a gente se conhece do passado, e é esse passado que anda junto. Mas hoje em dia? Não, a gente não se conhece". Eu quis chorar depois de dizer. Eu estava namorando e ele estava casado. E nós andamos o dia todo pelo centro, como costumavamos fazer. E na hora de ir embora ele me beijou. E era impossível não beijar. E eu entrei no ônibus com a sensação de que ali morria um pedaço de mim. Era uma felicidade cheia de esperança de conseguir deixar todo esse amor pra trás. E já faz um ano que isso aconteceu. E ninguém ficou sabendo. E é estranho olhar agora.

Lembro também de um dia, anterior a isso, também no ano passado. Eu estava mal e tinha que ir ao banco, então liguei pra ele como sempre fazia, pra furar a fila do unibanco. Depois fui pra casa dele e deitei no sofá cama. E era uma sensação de pertencimento indescritível. Como se eu não pudesse ou sequer precisasse ir a lugar nenhum. E ele deitou do meu lado e me beijou e eu comecei a chorar e disse "isso não está certo". Ele chorou e me falou que não queria me magoar. Mas a mágoa surgiu no dia em que soube que ele seria pai. Porque não era do Abelardo. Dali morreram os sonhos, desse dia.

E eu chorei hoje. Um choro de que agora eu vou matar essa história toda, antes que ela contamine as coisas atuais, como fez com a anterior. Porque eu preciso crescer e entender que não teve jeito. A vida deu seu jeito. E eu não sinto, mesmo, o que sentia antes. Eu sinto na lembrança. Essa lembrança que conseguiu apagar qualquer coisa ruim que possa ter acontecido. Porque eu só lembro das boas. E a vida levou o resto embora, e agora eu vou deixar que leve isso também.

Ou talvez eu chore uma vez por ano, pensando nisso tudo. Só sei que quando minha cabeça me leva de volta a todos aqueles lugares, de volta aquele tempo, é porque alguma coisa no presente não vai bem. É esse restinho de conexão. Resta agora descobrir o que é.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os ventos da mudança

Que sempre batem. Que insistem em bater. Que é bom, no fim, que eles batam. Porque permanecer igual não vale mesmo. Uma vida de mesmisse não é pra mim, definitivamente.