domingo, 24 de abril de 2011

"If I told you things I did before
Told you how I used to be
Would you go along with someone like me?
If you knew my story word for word
Had all of my history
Would you go along with someone like me?"

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Toda vez que conto alguma parte da minha vida pra alguém, me sinto meio mal logo em seguida. Fico sempre com a sensação que perco um pouco o encanto, a cada coisa que conto. Como se as casquinhas de felicidade fossem caindo, e eu fosse ficando cinza e banal aos olhos do outro. Eu me sinto não amável, e sei que isso é bem idiota e provavelmente sem sentido. Mas eu tenho 22 anos, e por mais fodona e madura que eu ache que sou, esse é meu ponto fraco. É o meu ponto 15 anos. Que acha sempre que me conhecer não é tão legal quanto me idealizar. Só que nenhuma idealização é legal. Idealizações são burras como as generalizações.

Só sei que eu vejo as palavras saindo da minha boca. Palavras que falam sobre meu passado e fases estranhas que tive. E cada vez que elas saem, eu morro um pouquinho. Morro porque fico pensando sempre "é, olha só pessoa, eu não sou tão legal quanto pareço". Ninguém é perfeito, eu sei, muito menos eu. Mas dá uma vontade louca de apagar as burradas bizarras que eu fiz, e essas coisas não se apagam. Queria parar agora, olhar pra trás e ver só coisas bonitas e deslizes normais pelo caminho, mas os "fundos-do-poço" continuam todos lá.

Porque eu falo? Não sei. Não falo pra todo mundo, nem discuto aspectos tensos do meu passado em mesas de bar, nem com pessoas que mal conheço. Eu preciso confiar, muito, pra contar esse tipo de coisa. Mas mesmo confiando, me bate sempre essa sensação. Deve ser porque essa é a segunda vez que conto esse tipo de coisa, e eu me ferrei tanto contando da primeira vez, me magoei tanto por isso, que acho mesmo que seria impossível não sentir isso agora.

Crescer e seguir em frente dói, dói demais. Nessas horas eu queria muito que a Lacuna inc. existisse. Sério.

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