terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ainda me impressiono com o modo como as pessoas da minha família conseguem agir. Eu não deveria, visto que convivo com eles desde sempre. Mas sempre acabo me surpreendendo com o modo meio frio, meio insensível com que eles agem.

Daí temos uma viagem pra fazer. Uma viagem na qual eu na realidade não gostaria de ir. Mas como sou uma idiota cheia de consideração, eu vou. E meu irmão, com toda a sua coragem e falta de qualquer sentimento pela família, resolve não ir. E aí ele vai ficar aqui, sozinho, o final de semana inteiro. Onde eu gostaria de estar, sozinha.

Se eu falasse que não queria ir, seria um absurdo do qual eu nunca seria perdoada. Se eu não fosse, em quem eles iriam descontar o estresse? Se eu não fosse, quem eles humilhariam e quase levariam a loucura? Meu irmão pode ficar, e com isso me fazer viver o seguinte diálogo:

- Seu irmão não vai.
- Eu vou (seguido de um sorriso)
- ah. (e a cara de desdém)
- Ah, claro, seu filho querido não vai né.
- É, você falou bem, meu filho querido não vai. (e isso não foi irônico, foi sério)
- Eu vou, vai ser bom, viagem em família.
- Meia família, porque seu irmão não vai.

Mas eu nunca poderia. Porque ainda não aprendi a não ter consideração. Eu ainda não aprendi a ser filha da puta e ligar o foda-se. E quer saber o pior? Acho que esse é o tipo de coisa que eu nunca vou aprender.

Talvez nem queira.

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