terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mudei.

As vezes é bom mudar. De repente a casa do meu pensamento me pareceu pequena demais, quando percebi que ela também cairía em esquecimento. Tudo cai. Um dia meus pensamentos todos vão eporar e ir embora, e mesmo aqueles compartilhados serão esquecidos.

Quantos gênios já não foram esquecidos? Quantos dos lembrados ainda serão lembrados daqui a 10, 20, 50 anos? Eu, na minha humilde condição, não posso querer ser lembrada. No dia em que morrer a última pessoa que me conheceu, morre a real memória sobre quem fui. Os resquícios que sobrarem de alguma maneira, irão embora em bem pouco tempo depois disso. Eu não sei quem foi minha tataravó, nem o que se passava pela sua cabeça. Minha avó morreu, logo, morreu a última memória sobre quem minha tataravó foi. E isso é só um exemplo relativamente recente.

Enfim, mudei. Mudei de endereço, porque talvez tenha mudado por dentro. Eu quero viver hoje e eu não me preocupo em ser lembrada. Eu não me preocupo mais em fazer algo bonito e grandioso pelas pessoas, porque se fizesse algo hoje, a gratidão e consideração já não existiriam amanhã.

Comprovado foi que as pessoas lembram o que lhe aconteceu de ruim. Memória ruim, sentimento de ódio, é isso que dura. As coisas boas são esquecidas muito antes, mas os detalhes de cada coisa ruim são facilmente lembrados. Talvez sejamos naturalmente cruéis e vingativos. Talvez eu seja uma das únicas idiotas que lá no fundo (ou não tão no fundo...rs...) ainda acredita nas pessoas e não liga a mínima pras coisas ruins.

Mas mesmo eu, em todo o meu suposto desapego, lembro bem das coisas ruins. Não revivo e não sinto novamente, mas me lembro. Sobre as boas? Lembro bem das recentes apenas. Um exemplo? Enquanto lembro com detalhes de todos os finais, os inícios são só uma mancha na memória.

Finalizando, um trecho da letra de música que inspirou meu novo endereço:

"Open your eyes; we're not in paradise
How can't you see, this stress is killing me
Fulfill your dreams; life is not what it seems
We have captured time
so time made us all hostages without mercy

Seemingly generous fooling ourselves

Selfishly venomous time tells

Too much thinking goes at the cost of all our intuition
Our thoughts create reality
But we neglect to be!
So we're already slaves of our artificial world
We shoudn't try to control life
but listen to the laws of nature"
Consign to oblivion - Epica

Nenhum comentário: