segunda-feira, 20 de agosto de 2007

If I was Julia Roberts.. (nossa, não lembro de mais nenhuma atriz no momento! rs)

Sabe aquela sensação de festa de alta sociedade anos 80/90, que os filmes passavam? Aquela música lenta, com um instrumental perfeito, o drink na mão, sendo bebido em goles minúsculos e despretenciosos, o ar blasé, com aquela cara de tédio total e infinito?

Me sinto assim por dentro. Esperando o Richard Gere me tirar pra dançar e falar absurdos no meu ouvido, que me arrancarão sorrisinhos de canto de boca a lá Mona Lisa, discretos, contidos, mesmo que eu esteja incendiando por dentro.

Me sinto assim por dentro, entre um e outro Martini, o Vestido longo com decote profundo nas costas, o cabelo em coque, todo preso, o sapato preto de bico fino, porém levemente arredondado na ponta. A maquiagem ligeiramente pesada, como manda a época: sombra marrom e bege nos olhos, blush pêssego, batom vinho. Brincos dourados e compridos nas orelhas, e nos dedos uns 2 ou 3 anéis. Nada de pulseiras, a manga justa do vestido vem até o final do braço.

Me sinto assim por dentro, e encosto de leve no corrimão da escada, sozinha, esperando ainda Richard chegar. O vejo do outro lado do salão, conversando com papai, um alto investidor, que está de olho em sua rede de hotéis, que vem crescendo mais e mais a cada dia. Então ele me vê, e caminha até mim com um sorrisinho safado nos lábios, enquanto eu abaixo a cabeça e respondo com um sorriso despretencioso. Ele sussura alguma coisa no meu ouvido, e finalmente me leva pra pista. E me fala os tais absurdos, enquanto escorrega as mãos pelas minhas costas. E me leva embora dali.

Então paramos numa barraca de cachorro quente, num lugar de qualidade duvidosa (lembre-se, estamos nos EUA, isso é um filme dos anos 80/90) e nos empanturramos as gargalhadas (a-haa, os absurdos falavam sobre a falta de comida descente nessas festinhas..rs..). Depois de alguns sanduíches e refrigerantes, entramos de novo em sua limusine, e vamos em direção ao seu apartamento.

O som ligado traz de volta as canções bem tocadas das tais festas, dos tais filmes, mas dançamos bem mais a vontade. E ficamos ali, dançando, falando e fazendo bobagens até o dia clarear, e quando acordo, naquela cama enooorme que ele tem, abro os olhos e ele está sorrindo na minha frente, com a bandeja de café da manhã, e uma rosa. Eu então respondo o sorriso, e tomamos café. Não é como um romance escalafobético. Não é como um romance mal vivido. É um romance clean de gente cheia do dinheiro. Me arrumo então (brotam belas roupas. Acho que eu já havia planejado passar o final de semana com ele. safadaaa..), e vamos para um balneário bem frequentado ("ir a praia" é coisa de pobre), aonde passamos o final de semana degustando de boa gastronomia, bons vinhos, bailes bem frequentados e noites fantásticas.

Tudo no melhor estilo de filme de rico dos anos 80/90.

E nessa hora eu acordo, percebo que hoje é segunda feira, o Richard Gere na verdade é um ciborgue programado pra ser lindo e ter um charme inabalável(e a última programação que eu lembro fez ele dançar com a Jennifer Lopez, certo?), estamos quase em 2010 e eu estou atualizando o blog do trabalho (é, eu não sou filha de um milionário, não tenho coque, nem brincos dourados, e nem vestido longo). É, eu detesto acordar...

Mas a esperança é a última que morre! hahahahhahaa

Um comentário:

EvilEsc disse...

Dandaaaa!
quanto tempo eu não comento por aqui....
então... na verdade eu nem penso sobre ter muita grana e frequentar festas high society... na realidade eu acho que morreria de tedio só tendo que me preocupar com me arrumar pra ir numa parada dessas.
Quanto ao Richard Gere me acordar sorrindo e com um delicioso café da manhã depois de uma noite maravilhosa... isso sim me faz perder (ou ganhar) horas e horas do meu dia... são coisas boas e não tem valor economico!
Bom... se bem que.. comedias romanticas dos anos 80/90 são excelentes!