sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Um ano

Estava aqui relendo minhas postagens do último ano, e fiquei meio abismada de saber que tanta coisa aconteceu nesse período. Parece que dava pra dividir os acontecimentos nuns dois anos diferentes. E eu não posso reclamar da vida, porque tudo se ajeitou. Tudo ficou bem, e eu fiquei mais calma, e as aulas já acabaram (parece que foi ontem que começaram) e o ano vai acabar.

Relendo tudo percebi que finalmente me desconectei de certas coisas que me puxavam pra longe de certas outras coisas. Tem duas coisas, em especial, que me prenderam por tempos, e eu finalmente me libertei delas, e é estranho pensar nessas duas coisas e não sentir absolutamente nada.

Meu primeiro namorado me prendeu por anos. Não com cela e corrente, mas pelo coração ou qualquer coisa que o valha. E qualquer relacionamento posterior acabava estragado pela comparação. Estragado pelo sentimento que eu ainda tinha, não por ele, mas por tudo que a gente viveu. Só que desconectou. Parece agora que morreu. Eu não sinto vontade de ligar quando estou mal, e eu não sinto vontade de passear com ele pelo centrou ou por lugar algum. É finalmente passado. E parece um passado muito distante.

A segunda coisa que me prendia era essa pessoa que ia e vinha da minha vida. E ele sumia e eu parecia estar sempre esperando ele voltar. Sempre esperando uma mensagem, um depoimento pra não aceitar no orkut, um telefonema. Eu parecia estar sempre esperando o dia em que ele decidiria que queria ficar comigo. Só que olhando pra trás, ele decidiu e eu não quis. Ele me pediu e eu disse não. E disse que não fingindo ser porque eu não era do tipo que entrava em relacionamentos, mas a verdade é que eu ia sair com meu atual namorado no dia seguinte. Só que eu nem sequer tinha ficado com o meu namorado. Eu mal conhecia ele e o no único papo que tinhamos tido, eu estava bêbada. Só que eu senti, de alguma forma, que era isso que eu devia fazer, e que não iria me arrepender, e eu não me arrependo. E é estranho que uma coisa que me segurou por tanto tempo atualmente não signifique nada. Ele me liga incontáveis vezes e eu não atendo, e ele me procura e eu não respondo, e ele fala comigo na internet e eu finjo que não vejo na maioria das vezes. E ele fica desesperado sem saber o que está acontecendo, e eu não me sinto no dever de contar porque ele nunca me contou. E eu não sinto nada em relação a isso.

A verdade é que, nesse quesito "relacionamentos", eu estou agora exatamente onde queria estar. Eu não tenho vontade de estar em nenhum outro ponto, em nenhum outro lugar, com nenhuma outra pessoa. Porque eu finalmente sinto que alguém me quer por perto, mesmo eu sendo chata, dramática e reclamona. E ele me irrita em 80% do tempo, e tenho certeza que é isso que me faz gostar dele a cada dia mais. Ele me irrita e isso é desafiador. Ele não gosta das mesmas coisas que eu, e não concorda comigo em tudo, e não faz dramas desnecessários sobre a vida, e me ajuda a enxergar tudo com clareza e a passar pelos problemas de cabeça erguida. Ele me ensina muito, e eu nem sei se ele sabe disso, mas espero mesmo ensinar alguma coisa pra ele em retorno.

Só sei que todas essas situações fizeram parte do mesmo ano, e é estranho ter tanta coisa num ano só. Parece pouco escrevendo, mas é coisa pra caralho. Além disso, teve a faculdade me fazendo feliz. Me fazendo sentir parte de alguma coisa, e conversar com pessoas, e querer voltar logo e ver todo mundo de novo. E eu nunca me senti assim antes.

A sensação que tenho agora, no final do ano, é que tudo está bem. Apesar dos pesares, foi um bom ano. O melhor ano dos últimos 5 anos. Um dos meus melhores anos. E quando ele acabar e 2012 chegar, caso o mundo acabe eu vou aceitar muito bem. Porque deve mesmo ser indício do fim do mundo, minha vida fazendo tanto sentido. Enfim.

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