sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A pessoa que marca de sair com você um dia, e quando você liga, está a milhares de quilômetros de distância.

Ela não quer sair com você, compreenda, engula, faça a digestão bem devagar. Se não conseguir, vomite. Simples assim.
Essa idéia fica indo e voltando da minha cabeça. A idéia de que não tenho mais o que fazer aqui, de que não tem mais jeito pra mim, pra minha mente, pros meus pensamentos. Esse afastamento da realidade cotidiana nos últimos dias me fez ainda mais mal. Saudade da Amanda, da Marselle, do Sandro, da loja, de tudo. Estranho sentir saudade do trabalho, mas estou sentindo. E isso é uma merda. Mesmo.

Estou sozinha em casa, ouvindo Maysa e chorando baixinho. Fumando e cantando alto em alguns momentos. Fazendo as unhas e tentando me sentir melhor. E torcendo pro Arthur voltar logo, antes que eu cometa uma loucura. Porque, sim, já cheguei a esse ponto.

domingo, 23 de janeiro de 2011

22/21

Vieste
Na hora exata, com ares de festa
E luas de prata
Vieste
Com encantos, vieste, com beijos silvestres
Colhidos pra mim
Vieste
Com a Natureza, com as mãos camponesas
Plantadas em mim
Vieste
Com a cara e a coragem, com malas, viagens
Pra dentro de mim, meu amor
Vieste
À hora e a tempo, soltando meus barcos
E velas ao vento
Vieste
Me dando alento, me olhando por dentro
Velando por mim
Vieste
De olhos fechados, num dia marcado
Sagrado pra mim
Vieste
Com a cara e a coragem, com malas, viagens
Pra dentro de mim, meu amor.

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Não consigo cansar dessa música. Letra linda na vida, linda demais.
Acho que acostumei tanto com as pessoas fazendo as coisas por fazer, que acabei começando a fazer o mesmo. Um pouco do romantismo da vida se perde quando entramos no piloto automático. Eu perdi a confiança nos seres humanos. Perdi a esperança em pessoas que deem importância as pequenas coisas. Me sinto hoje em dia como se sentisse que todo mundo vai me sacanear em algum momento, que todo mundo vai me magoar em algum momento, que todo mundo vai partir meu coração de alguma forma e ir embora.

Talvez a impulsividade e o imediatismo venham disso. Achando que tudo é efêmero, eu não consigo não ser. Daí qualquer coisa se torna sinal do que na realidade não é, e embarco sempre nos meus pensamentos ruins sobre a vida e as pessoas, fico sempre com o pé atrás.

Eu quero muito ter de volta a crença boba que eu tinha no mundo e nas pessoas, e me dá vontade de chorar ficar pensando em que momento ela se perdeu. Outro dia fiquei olhando por tempos pra uma foto: Era eu, no meio da Rio Branco, como quem para o trânsito. Eu tinha uma expressão tão feliz, um brilho nos olhos que perdi e nunca mais achei. Me sinto cansada. Parece que carrego anos nas costas. Talvez as coisas me afetem mais do que acredito e do que gostaria. Me pego tendo idéias e fazendo coisas que não combinam com minha personalidade, e que só me tornam um pouco pior, só tiram um pouquinho mais do meu brilho.

Vai ver tem certas pessoas, certas decepções, que a gente passa a vida tentando superar. Não necessariamente superar pessoas porque elas eram ruins, mas justamente porque elas eram boas demais, tão boas que não foi possível que continuassem fazendo parte. Quando alguém morre, a certeza do não retorno torna tudo mais tolerável com o tempo, mas quando a distância é única e exclusivamente uma coisa da vida, em algum momento isso sempre volta. As vezes em momentos demais. Só sei que a menina doce, sonhadora, meiga, se foi. Ela se perdeu em algum tropeço da minha vida. Sobrou isso que eu sou agora, e se nem eu amo esse ser que me tornei, impossível esperar que alguém ame. Impossível achar que acreditarei no amor, porque se não tenho a capacidade de me manter eu mesma, não posso jogar o peso da pessoa que sou sobre outra pessoa, não tenho o direito de tornar a vida de alguém tão pesada.

Existem umas duas ou três pessoas com as quais sou a mesma coisa. Talvez por elas não terem noção de todo o contexto. Mas sinto que quando alguém me conhece mais a fundo, acabo ficando um pouco triste, um pouco cinza: Me conhecer significa que perderei o encanto. Eu não confio que minha história pode fazer alguém continuar me enxergando da mesma maneira, e a perda desse encanto inicial faz com que eu vá me retraindo, dia após dia.

Talvez eu precise mesmo passar uns dias sozinha, sem falar com ninguém, sem fazer nada. Eu já estou começando a pirar nesses pensamentos sobre mim mesma. Perigoso. Deveras perigoso.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Noite mágica

Dessas que a gente sai de casa sabendo que serão boas. Que acabam se revelando melhores ainda. Acho que estou retomando a capacidade de enxergar magia nas coisas, e isso é muito bom. Estou recuperando esse meu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa (beijo Ivan Lins, me liga. ahhahaha), e toda essa crença de que nada é por acaso: As coisas, pessoas e momentos acontecem quando tem que ser, sem erro. A vida não se equivoca, tudo é aprendizado e faz parte do caminho. Me sinto hoje uma pessoa melhor que ontem, e não consigo deixar de crer que a tendência é me sentir cada vez melhor.

As coisas ruins do meu jeito de ser deixo pra trás, com certos hábitos ruins que andava tendo ultimamente. Pego esse dia de hoje, essa noite de sexta pra sábado, e retomo aqui a Dandara que deixei num ponto específico do ano passado. Uma Dandara mais consciente e mais feliz com ela mesma.


E que a vida continue linda e cheia de magia.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sinto um medo enorme de ficar pra trás (ou seria pra frente?). Toda vez que começo a ler e estudar e me interessar por coisas novas passo por esse mesmo medo. Com esse turbilhão de assuntos pra falar e praticamente ninguém disposto a ouvir (Ao menos tenho quem ouça. Será melhor pensar assim?).

Hoje em dia quando me sinto assim, sinto saudade de Centro da cidade e Paquetá. Do clima bom que ficou nesses dias gostosos de assuntos aleatórios e sem sentido. Pra mim foram dias cheios de significado, será que sou louca? Tem sempre alguma ocasião pra quebrar as rotinas boas da vida. Eu não compreendo.

Só sei que sinto, pela falta de telefonemas nos últimos dias, que esse tempo de histórias vai virar lembrança. Guardada num canto muito bonito da memória, mas apenas lembrança. E eu vou lembrar de sentar na praia do Flamengo e ficar com o sapato cheio de areia; vou lembrar de picolé de bituca e das piadas do faroleiro; Eu vou lembrar da barca, das músicas, de paquetá. De poemas, vinho, de invadir a casa alheia no meio da noite pra ir ao banheiro; Eu vou lembrar do céu de flamboyant e de dormir na areia, morrendo de frio. Eu vou lembrar da praça e, mais que tudo, do jeito de olhar que eu sempre quis ver alguém olhar pra mim, enquanto contava sobre minha relação com coisas antigas. Eu vou lembrar. Só isso que me importa.

Que meus sentimentos não sejam confundidos (coisa que sempre tenho medo que aconteça). É só que sinto uma amizade que muito me importa ir embora. Isso dói.

Eu não devia ter dado tanta importância.

Ler

Uma das coisas que mais me faz feliz, e que deixei de lado por um tempo. Como nunca é tarde pra recuperar o tempo perdido, tenho lido muito. Devoro livros com mais avidez do que lasanha. E, sério, lasanha é meu prato favorito, sou capaz de matar um serumano em troca de um pedaço.

Sei que de repente resolvi aceitar a vida assim, pacata. Com meus livros e músicas e passeios diurnos. Com minhas caminhadas sem rumo, minhas maluquisses. Gosto, gosto mesmo. Aceito não por falta de opção, mas por puro e simples gosto.

Que venha a semana então. =)