Sinto um medo enorme de ficar pra trás (ou seria pra frente?). Toda vez que começo a ler e estudar e me interessar por coisas novas passo por esse mesmo medo. Com esse turbilhão de assuntos pra falar e praticamente ninguém disposto a ouvir (Ao menos tenho quem ouça. Será melhor pensar assim?).
Hoje em dia quando me sinto assim, sinto saudade de Centro da cidade e Paquetá. Do clima bom que ficou nesses dias gostosos de assuntos aleatórios e sem sentido. Pra mim foram dias cheios de significado, será que sou louca? Tem sempre alguma ocasião pra quebrar as rotinas boas da vida. Eu não compreendo.
Só sei que sinto, pela falta de telefonemas nos últimos dias, que esse tempo de histórias vai virar lembrança. Guardada num canto muito bonito da memória, mas apenas lembrança. E eu vou lembrar de sentar na praia do Flamengo e ficar com o sapato cheio de areia; vou lembrar de picolé de bituca e das piadas do faroleiro; Eu vou lembrar da barca, das músicas, de paquetá. De poemas, vinho, de invadir a casa alheia no meio da noite pra ir ao banheiro; Eu vou lembrar do céu de flamboyant e de dormir na areia, morrendo de frio. Eu vou lembrar da praça e, mais que tudo, do jeito de olhar que eu sempre quis ver alguém olhar pra mim, enquanto contava sobre minha relação com coisas antigas. Eu vou lembrar. Só isso que me importa.
Que meus sentimentos não sejam confundidos (coisa que sempre tenho medo que aconteça). É só que sinto uma amizade que muito me importa ir embora. Isso dói.
Eu não devia ter dado tanta importância.
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