Dizem que casa é onde vive nosso coração, e sendo assim eu não consigo imaginar outro lar pro meu que não seja com você. Meu coração vive aí em pensamento, e fica quietinho quando você está longe. Mas quando estou na sala de aula e faltam cinco minutos pra hora que marquei contigo, ele dispara. Ele dispara e quer sair de mim, quer sair correndo e finalmente chegar em casa. Ele quer ficar pertinho de onde mora, pra finalmente descansar. Parece uma criança pequena, perguntando a todo momento se falta muito pra chegar.
Nem tudo é festa e meu coração é inquieto. Quando chega em casa ele quer colocar pra fora tudo que sente, mas de repente a inércia toma conta e ele fica batendo quieto no seu canto. Ele meio que acostuma, como se aquele momento de retorno ao lar fosse durar pra sempre. No fundo ele sabe que não, e que esses momentos são na verdade cada vez mais corridos, mas mesmo assim relaxa e não fala nada, e começa a pensar em tudo que tem pra fazer fora de casa. Quando finalmente chega a hora de ir embora, aí sim o coração percebe: Não aproveitou o tempo que tinha e agora custa a chegar a próxima vez. Agora ele vai ficar murcho, desacelerado, esperando ansioso o tempo de voltar. Aí o coração de repente dispara e mete os pés pelas mãos, tentando mandar pra minha boca tudo que tinha deixado quieto. Aí eu disparo, também não consigo falar, e essa sopa de letrinhas volta, querendo ser digerida.
Meu coração não sabe o que faz, sei que não. Ele fica se sentindo perdido durante todo o tempo, menos quando se sente em casa. Em casa ele finalmente relaxa, mesmo que eu mesma não consiga relaxar. Mas de que importa afinal se eu não relaxo? Enquanto meu coração se sentir voltando pra casa cada vez que vai te encontrar, eu estarei feliz de alguma maneira. Eu estarei segura, finalmente. Eu finalmente não me sentirei sozinha.
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