quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

É bom conversar com a mãe quando ela não está numa fase de surto. E ela está bem, bem demais, e eu fiquei feliz por ela estar bem assim. Está todo mundo bem no final das contas, e isso me deixa tranquila.

Olhando agora, hoje foi um bom dia. Tirando meu estresse e as merdas que falei, eu pude chorar rios e desabafar as besteiras que penso. E pude desabafar pra uma pessoa que amo e confio. E depois cheguei em casa e pude desabafar mais um pouco (agora de maneira mais sensata, pós-besteiras).

Eu sei que estou um porre. Sei que não sou nem de longe a menina animada e feliz que eu costumava ser. Sei que ando falando demais em morte, em fim, em medo, em estresse. Sei que ando descontando coisas sem sentido, e ficando cada vez mais distante de tudo. Mas talvez o melhor conselho seja o que a minha mãe me deu ainda a pouco: "Tá estressada? Toma um lexotan e se tranca no quarto uma semana, sem falar com ninguém. Você vai se acalmar e ainda vai emagrecer, porque dormir emagrece". Ok, isso não é totalmente sério. Mas talvez eu deva mesmo aprender a ficar sozinha de vez em quando, ao invés de ter esse desespero de estar perto, e acabar descontando a raiva em quem não merece.

Taí, vai ver meu problema é esse: Eu não entendo os sinais que meu corpo e minha mente dão de que preciso ficar sozinha. Acho que tenho medo de que todo dia possa ser a última oportunidade de falar com as pessoas, de estar com elas. É, a morte veio pra gente conhecida, eu não estava acostumada e agora sinto medo, muito medo de perder oportunidades com as pessoas. Daí eu evito ficar sozinha. Eu evito essa necessidade que as vezes bate de simplesmente calar a boca e deixar a água correr. Porque o rio continua sempre lá, e o rio sou eu. A água é que corre e vai embora. E o rio não pode fazer nada quanto a isso, além de simplesmente observar a água passando.

Então daqui em diante eu vou tentar simplesmente compreender os meus momentos de revolta por dentro, e vou me deixar quieta pra eles amansarem. Porque tudo amansa um dia, e eu sei. Eu vou me deixar quieta no meu cantinho, que é pra não correr o risco de ver uma das minhas árvores indo embora na correnteza. Porque são elas, com suas raízes fortes, que seguram as margens no lugar. E as pessoas ao redor são as árvores do meu rio. Eu definitivamente não quero ver nenhuma delas ir embora.

Acho que estou usando metáforas demais hoje. Isso me lembrou um tempo em que me chamavam de "rainha da hipérbole". Eu sempre fui mesmo muito dramática e exagerada. E eu gosto muito de figuras de linguagem.

=)

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