Quero uma casinha branca com varanda, que tenha janelas e portas azul colonial, com pé direito bem alto, com sofás coloridos, com poltronas, com arranjos de flores, com cheiro de café sempre no ar. Com corredor comprido, com cozinha grande, com panelas penduradas, com colheres de pau enormes, com cheiro de doce, com frutas, com legumes, com ovos daqueles enormes que a gente não acha no mercado. Quero plantar, colher, correr, comer, deitar na grama e olhar o céu. Quero céu azul. E vento. E chuva até, pra ver tudo crescer mais viçoso e bonito. Quero um sino na varanda, e lanternas coloridas no quintal. Quero amigos e almoços e família. E fogueiras, e festas e histórias.
Eu olho agora e ainda quero tudo que eu queria a trocentos tempos, mas sei lá, eu quero ainda mais. Eu quero terminar jogando dominó na varanda, com os amigos por lá, lembrando de todas as histórias. Como a gente combinava, sentados no chão do corredor da escola, no auge do terceiro ano. De lá pra cá mudou tanta coisa, tanta. Mas a vontade da varanda continua a mesma. Acho que a diferença é que a cada ano que passa ela tem que ficar maior na nossa imaginação, pra abrigar quem vem chegando.
Mas tudo bem, porque é bom. Bom demais.
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