segunda-feira, 10 de agosto de 2009

E vai chegar, parar, olhar. Vai chegar sem falar nada e tomá-la nos braços. Vai tomar. Beber do corpo como fosse fonte no deserto. Sedento, insaciável. Vai esvaziar, até a última gota. Vai também ficar vazio, pois ela vai beber tão vorazmente quanto. Vão trocar então, e fica assim.

E eles vão e vão, sem fim. E o vão existente entre tais pessoas será agora invisível. O desejo sera palpável e vai pairar denso pelo ar. E ficarão febris, tomados pela vontade incondicional que os cerca. E as mãos passearão. E as unhas cravadas vão provocar marcas, caminhos por elas percorridos. E as pernas presas, impedindo qualquer movimento de libertação, vão tornar o vão ainda mais invisível.

E qualquer parte será sensível ao toque. E cada centímetro descoberto provocará espasmos incontroláveis. Os pensamentos vão sair pelos ouvidos, enquanto entram gemidos. Inertes permanecerão, ao fim. E o fim vai parecer eterno por alguns instantes.

E vai chegar, parar, olhar. Vai ficar olhando e imaginando como seria. Vai sorrir e passar, como passam os amantes por seus amores não concretizados.

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