segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As vezes eu não acredito na minha inteligência e capacidade. Nesses dias, acho todo mundo mais inteligente e capaz que eu, e por vezes acredito mesmo que eu não vá dar em nada.

Eu paro e analiso, e coloco tudo que vem de mim pra baixo. Julgo meus textos um grande bolo de merda. Julgo meus pensamentos idiotas e infantis. Julgo minhas atitudes um lixo, e penso que não me esforço o suficiente, que não acredito o suficiente.

É ruim e difícil viver assim. É ruim e eu não aguento mais, por isso eu não vou mais fazer. Eu cansei. Cansei de me olhar e enxergar uma pessoa burra e vazia, uma pessoa que na verdade não existe. Eu não sou burra. Eu não sou vazia. Não é falta de humildade acreditar em si mesmo, e eu não entendo porque isso nunca entra na minha cabeça.

A grande diferença mora em saber dividir o "acreditar em si mesmo" do "se achar melhor que os outros". E foi isso que eu não soube fazer durante muito tempo. Ou eu me achava a pior merda ambulante da face da terra, ou me achava o último ser humano inteligente. Besteira, não sou uma coisa nem outra. Sou uma mulher com defeitos e virtudes, como qualquer uma. Sei mais sobre alguns assuntos, sei pouco sobre outros e sobre terceiros não sei nada. Tenho 20 anos e um mundo pela frente. Existem pessoas infinitamente mais cultas do que eu, e outras infelizmente bem menos. Sobre as mais cultas, desejo a chance do convívio e do aprendizado. Pras menos desejo sinceramente que tenham oportunidade de ir além.

Estava mesmo muito desacreditada até alguns meses atrás. Chegar a 130 quilos, fazendo uma faculdade que eu odiava e namorando um cara que era um merda definitivamente não podia ter feito bem a minha cabeça. Por sorte sempre existirão: atitude, dieta, mãe, espelho, amigos, bebida, o sol, o céu e o mar. Pra tudo existe solução e tudo tem volta, menos a morte. Eu estava desacreditada porque me deixei desacreditar, e isso reflete na minha vida até hoje. Aliás, reflete não. Ecoa. O eco vai ficando cada vez mais fraco e cada vez mais esporadicamente eu me sinto mal.

Talvez lendo o início do texto, eu dê a entender que esse é um dos já raros dias em que me sinto um lixo. Mas não, não é. Hoje eu escrevo isso tudo por estar acreditando plenamente em mim. Das coisas que tenho feito, nenhuma deu errado. Eu tenho um profissional reconhecido da área que quero seguir que acredita em mim e no meu potencial. Eu tenho um curso a fazer, para o qual fui selecionada por mérito próprio. Eu tenho planos, metas, sonhos. Eu tenho e eu estou seguindo.

Eu andei, e as vezes nem acredito.

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