sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

The way you haunt my dreams

Ontem alguém me olhou com olhos de brilho e sonho, enquanto eu contava histórias sobre minha relação com coisas antigas. Eu senti aquele brilho percorrendo meu corpo todo, tentando me levantar do sofá, do chão, do mundo. Querendo me fazer flutuar leve e mansa por aí. Eu sempre acho que vão achar idiota o que eu falo sobre meu amor por certas coisas. Mas perceber sinceridade num olhar que achava aquilo tudo lindo me fez repensar a vida. Me fez crer que alguém acha bonito esse modo com que poetizo a vida. Me fez crer que ainda existe gente que vê poesia também.

Daí ele se foi. Talvez pra nunca mais na minha vida. Talvez até o ano que vem ou até algum dia ou até nenhum dia. Ou fui eu que me fui e deixei pra trás? A vida tem dessas coisas de colocar algo ali pra depois levar embora. De deixar um vaso na beira da estante pra cair no chão. De fazer a gente cortar o pé nos caquinhos e xingar até a quinta geração. A vida tem dessas coisas que não compreendo mas tolero.

Mas ele me olhou com olhos de brilho e sonho.
They can't take that away from me.

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