sábado, 20 de novembro de 2010

Maldita vida sentimental.

Eu deixei os braços abertos, como se fosse resolver. Deixei e fiquei esperando ali, com eles assim pro alto. Mas era uma distância, um afastamento, uma coisa que não teve jeito. Meus braços ficaram assim, pro alto, com cãimbra, esperando sem esperança serem encontrados. Mas não houve encontro.

Talvez seja a minha falta de paciência, sei lá. Fazem poucos dias, mas resposta a gente dá de imediato. Eu dou de imediato ao menos, porque acredito que não vale a pena adiar o sofrimento de ninguém, caso a tal resposta seja negativa. Sendo positiva, não vale a pena adiar a felicidade. Me falou do meu medo, e no entanto isso é o que? coragem? Nem que seja a coragem de me deixar no chão, que tenha.

Ao menos esse bem-querer me alimenta. Mesmo que seja assim, distante, quase platônico, alimenta. Me impede de pensar besteira, de fazer besteira, de querer o que na realidade não quero. Porque meu mau talvez seja esse: querendo eu consigo, mesmo que o querer seja capricho ou mentira. Eu me convenço dele e consigo, e isso não pode ser bom. Só que esse querer não é desses que invento. Esse realmente quero.

Quinta feira que vem tem Lenine na lapa. De novo. Dessa vez de graça. Dessa vez pra ouvir e ficar pensativa e cabisbaixa. Pra ficar como fico quando me sinto perdida daquele jeito que ninguém nunca vai encontrar e eu nem queria mesmo que encontrasse. Tem e vai fazer mais de mês já. Como o tempo passa rápido quando a gente age errado, quando a gente adia a felicidade sem perceber que aquela era a única chance. Era. E eu tô começando a achar que desperdicei. Eu perdi.

Eu acho que sempre perco no final.

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