domingo, 28 de fevereiro de 2010

Todo mundo é um mundo, fato. Ninguém é uma pessoa só. Hoje em dia acho que é necessário pra sobrevivência e pra convivência em sociedade que tudo seja assim. Não é que alguém seja ruim, malévolo ou duas caras (ok, existe gente assim, mas não é o caso), é só que é mesmo uma necessidade. Vai ver se chama adaptação. Se somos a mesma pessoa com todas as pessoas, algumas se assustam, algumas não entendem, algumas não merecem e outras não toleram. Cada desdobramento da nossa personalidade se adequa melhor a um ambiente. É como ser uma pessoa séria a semana toda, e dançar descontroladamente na sexta feira. Não se dança descontroladamente no trabalho, na faculdade ou na frente dos pais. Assim como não faz sentido encostar na parede pra pensar na vida no meio de uma festa.

Agora, quando se começa a dançar descontroladamente sozinha e pensar na vida no meio da festa, alguma coisa está errada. É importante não deixar os lados se misturarem, porque o resultado nunca pode ser bom. E eu sou craque em misturar tudo.

Raramente aparece alguém capaz de entender. Mas raramente sou capaz de entender também que as pessoas tem lados, e que são diferentes de mim. E então eu cobro, eu choro, reclamo, querendo que seja todo mundo igual. E como posso querer que alguém entenda, se eu demoro tanto a entender?

Vai ver eu sou mesmo muito, muuuito menos madura do que acreditava. E vai ver acreditar em maturidade é sinônimo da sua inexistência. Ninguém é tão adulto que não posso se fuder de vez em quando. Porque a vida é assim, e as possibilidades de aprendizado nunca acabam. E então talvez eu cresça e melhore, vai saber.

E então é domingo a noite, e vem a semana por aí. Eu recolho os meus caquinhos e me preparo pra ela, achando que vai ser sempre melhor. Eu recolho os meus cacos e aprendo a mostrar só o lado certo pra cada um, assim como a mostrar todos os lados pra quem merece. Porque esses alguéns que entendem existem, sei que sim. E sei também que eles merecem o meu melhor, porque só o nosso melhor trás a tona o melhor dos outros.

Quem sabe pensar assim trás a tona o meu melhor também?

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