quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Então eu tomei um energético, fumei um cigarro, ouvi uma música da Beyoncé e me sinto melhor.

Quando eu acordar amanhã, metade dos meus problemas vão ter morrido, porque eles vivem na minha cabeça e só. Quando eu acordar amanhã, eu vou ter a empolgação que normalmente tenho (ou tinha, sei lá). Eu vou acordar cantando, vou pra aula e pra balada e vou dançar até cair. Eu vou dar risada da vida, e ficar repetindo mentalmente "o que não tem remédio, remediado está" como um mantra. Eu vou adotar muitos outros mantras que ninguém vai saber. Eu vou sorrir pra desconhecidos na rua, e dar bom dia pro motorista do ônibus. E assim a vida vai continuar, porque ela sempre continua. Vê mais longe quem voa mais alto, diz um livro. Mas quando mais alto o voo, maior a queda, dizem por aí. Eu vivo caindo. Eu vivo deixando a peteca cair. Mas é como diz um texto que li outro dia: A peteca tem mesmo que ir ao chão de vez em quando, ninguém aguentaria jogar pra sempre.

Amanhã vai ser outro dia, diz o Chico. E eu digo que vai ser um dia lindo, mesmo com chuva. E eu vou andar na chuva e pisar nas poças, jogando água pra todos os lados. Porque essa sou eu, eu preciso acreditar nisso. Preciso acreditar no meu otimismo irremediável, e na minha felicidade. Eu preciso crer que felicidade não é apenas estar bem em 100% do tempo. Felicidade é saber que mesmo quando se está mal, o dia seguinte sempre chega. Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei. Eu sei e adoro essa música. É dela que preciso quando fico na pior. Porque as minhas piores normalmente nem fazem assim tanto sentido.

E assim, com o mundo colorindo de novo, com as cores voltando a minha vida, eu deixo o hoje pra trás. Matando todos os pensamentos ruins. Matando e enterrando bem fundo no chão. Matando e cavando a terra com as minhas próprias mãos, deixando as minhas unhas e braços cheios de lama, mas me orgulhando de vê-los lá, enterrados.

Estou enterrando os pensamentos ruins como indigentes. Sem lápide, sem flores. Sem recordação nenhuma.

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