sábado, 1 de novembro de 2008

Minha criatividade para escrever ruiu. Sumiu com o tempo, e hoje é como se ela nunca tivesse existido. Eu não consigo escrever uma linha que faça sentido, um texto que diga alguma coisa.

É difícil ser significativa, quando nada parece ter significado. Daí pra escrever coisas que não dizem porra nenhuma, melhor ficar calada.

As vezes tudo que eu queria era sumir, por uma semana que fosse. Sumir, passar a semana sozinha, calada. Pra ver se assim alguma coisa fazia um pouco mais de sentido.

Parece as vezes que o meu sonho tem sido esse: um tempo sozinha. Talvez eu tenha nascido pra solidão. Talvez isso seja um pensamento idiota.

A verdade, lá no fundo, é que eu não suporto mais o rumo que eu deixo a vida tomar. Eu tento e tento, mas eu não acredito em mim mesma, nunca, em nada. Eu sempre acho que todo mundo é melhor, mais legal, mais bonito. Que todo mundo vai se dar melhor. Que tudo que todo mundo faz e pensa e diz é melhor do que o que eu faço.

Eu sempre penso que não presto pra merda nenhuma. E com esse pensamento eu tento ficar pensando no quanto as pessoas são patéticas, pra ver se assim me sinto um pouco melhor, mas a verdade é que, além de não resolver, depois me sinto péssima por julgar as pessoas (mesmo que só as julgue dentro da minha cabeça. A pior das piores coisas é que, mesmo sabendo que isso é ridículo e ME torna patética, eu não consigo parar.

Acho que nasci pra uma vida de auto-exílio social. Eu nasci pra ficar sozinha. Eu me sinto bem sem ninguém me enchendo a porra do saco. Me sinto livre quando passo um dia calada, sem precisar me explicar, sem precisar dizer nada. Eu queria muito não ser assim, mas talvez essa seja eu. Talvez eu lute muito pra ser de outro jeito porque me fizeram acreditar que eu não era assim. Daí um dia eu vou acordar e perceber que passei a vida inteira tentando ser algo que me convenceram que eu era. E a pessoa verdadeira era calada, quieta e sozinha. E feliz, muito feliz assim. Feliz antes que decidissem que isso não era uma vida pra se levar.

É confuso. E eu odeio pensar nessas coisas.

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